Alunos da Escola S de Chapecó vivem na pele as dificuldades dos imigrantes
Oficinas de imigração foram realizadas pela ONG AVSI Brasil com estudantes do 1º ao 3º ano
Estudantes participaram da dinâmica das imigrações.
O município de Chapecó conta com 12.689 imigrantes e mais da metade – 7.638 – vieram da Venezuela. O processo de adaptação a uma nova cultura é longo e muitos fatores interferem na adequação aos novos costumes e leis. Pensando em facilitar o acolhimento de imigrantes venezuelanos, a Escola S de Chapecó – rede de educação básica da FIESC integrada por SESI e SENAI – promoveu oficinas com seis turmas do 1º ao 3º ano do Ensino Médio.
As atividades foram ministradas pelo voluntário da Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI) Brasil, João Barbosa Pina Pereira.Ele explica que a ONG trabalha em vários temas sociais e recentemente passou a abordar a questão da imigração. Desde 2019 desenvolve uma iniciativa de empregabilidade em Chapecó. A ação facilita a contratação dos venezuelanos que estão na fronteira da Venezuela onde a AVSI Brasil atua em abrigos junto com empresas privadas de vários estados.
“Em Chapecó trabalhamos com cursos profissionalizantes de português e oferecemos a oficina de imigração às escolas. Com isso, os alunos passam a ter mais conhecimento sobre o que é a imigração com base em questões dos direitos humanos, acolhimento e empatia”, frisa. Pereira observa que as atividades ajudam os estudantes a se conscientizarem e sensibilizarem promovendo a inclusão dos imigrantes, evitando possíveis discriminações no futuro contra essa população.
“É uma oficina bem prática. Eles colocam a mão na massa e sentem na pele a dificuldade que é imigrar. Na dinâmica das imigrações eles foram dividimos em quatro continentes: África, Ásia, Europa e América do Norte e alguns deles ficaram em uma condição mais difícil que outros devido ao número de cadeiras, o que os obriga a imigrar e sair do seu lugar. Porém, nesse processo passam pelo oficial de imigração que faz algumas perguntas sobre os motivos pelos quais eles querem deixar o país de origem e ir para outro. Se na brincadeira é assim, imagina na vida real”, comenta.
Outra dinâmica abordada foi a das línguas. Os estudantes foram convidados a conversar com outra pessoa em uma língua que não conheciam. “Viram como é difícil conversar quando não se entende a outra pessoa. Percebi os alunos muito reflexivos e com desejo de comentar o que experimentaram e aprenderam. Com certeza é uma grande lição de vida”, acrescenta Pereira.
O coordenador de Educação Básica na Regional Oeste e Extremo Oeste do SESI e SENAI, Marcio Gonçalves da Rosa, destaca que o fenômeno de migração é algo inerente à natureza humana. “Para os estudantes é importante conhecer e reconhecer que o processo migratório é natural, benéfico e traz uma perspectiva mais assertiva diante da pluralidade de ideias e culturas”.
Marcio também salienta que ter conhecimento sobre as questões de migração faz com que o estudante consiga estar melhor adaptado ao cenário globalizado do mercado de trabalho. “A Escola S tem como preceito ser uma escola acolhedora, que prepara para a vida e para o futuro e acredita na criação de um novo mundo. Dessa forma, ações que busquem a sensibilização dos nossos estudantes em relação a uma visão de paz, respeito e empatia estão alinhadas com a missão da Escola S”, acrescenta.
SOBRE A ONG
A AVSI Brasil é uma organização brasileira, sem fins lucrativos, constituída em 2007, para contribuir na melhoria das condições de vida de pessoas que vivem em situações de vulnerabilidade ou emergência humanitária. É uma organização local vinculada ao contexto internacional por meio da parceria com a Fundação AVSI, ONG de origem italiana que atua em mais de 30 países, presente no Brasil desde a década de 1980 e que estimulou a criação da AVSI Brasil.
Sua missão é tornar as pessoas, em situações de vulnerabilidade ou emergência humanitária, protagonistas do próprio desenvolvimento, da sua família e comunidade, por meio de projetos sociais em diferentes áreas.
Alunos conheceram um pouco das dificuldades que os imigrantes enfrentam.
Um imigrante venezuelano participou da oficina e demonstrou na prática como é para entrar em um país que não é o seu.
A oficina foi ministrada pelo integrante da ONG Avisi Brasil, João Barbosa Pisa Pereira.
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