21º Simpósio de Avicultura: a importância do correto manejo inicial de frangos de corte para a eficiência produtiva
A previsão para 2050 é que a população seja de 9 bilhões de pessoas. Para alimentar a todos, a ampla e complexa cadeia de proteína animal vem se modernizando, tornando-se mais tecnológica e eficiente para aumentar a produção e disponibilizar alimentos de maneira sustentável. A avicultura industrial atua nesse sentido e consegue grandes conquistas com pequenas mudanças, que proporcionam ganhos genéticos anuais, como peso do frango vivo, rendimento e conversão alimentar.
O tema abriu a programação científica do terceiro e último dia do 21° Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), que encerra nesta quinta-feira (8). O médico veterinário, supervisor regional de serviços técnicos na Aviagen América Latina, Rodrigo Tedesco Guimarães, palestrou sobre “Manejo inicial em frangos de corte: os desafios no manejo inicial do frango de corte moderno frente às novas tecnologias de criação”.
Para Guimarães, o manejo da fase inicial requer cuidados redobrados, principalmente porque ela é a fase mais importante do ciclo de vida do frango. “O crescimento da ave é um processo dinâmico, regulado por uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos ao animal – tais como controle de temperatura, de umidade, de ventilação e de qualidade de ar”, frisou.
O potencial genético do frango de corte em 2030 é de 26 dias para atingir 2 kg vivo, conversão alimentar de 1,27 e um alto rendimento de carne (76% de carcaça e 29% de peito). Para isso, as ferramentas de manejo são essenciais. O palestrante observou que um dos principais desafios da avicultura moderna é o controle do ambiente nas criações de frango de corte, levando-se em conta, principalmente, as variações climáticas enfrentadas durante as diferentes épocas do ano. As novas tecnologias contribuem para manter o rígido controle das variáveis envolvidas no processo de criação, visando a obtenção de altos desempenhos produtivos.
“O manejo inicial em frangos de corte deve ser responsável por proporcionar às aves o ambiente e as condições corretas, que atendam a todas as suas exigências nutricionais e fisiológicas. Assim se promove o desenvolvimento precoce de um comportamento alimentar e de consumo de água, otimizando o desenvolvimento dos intestinos, órgãos e esqueleto para apoiar o ganho de peso corporal durante todo o período de crescimento”, explicou Guimarães.
A transição da incubadora para o aviário é outro aspecto importante. “O trabalho no aviário é uma continuidade do que foi feito no incubatório. No campo, o pintinho terá a parte do desenvolvimento e crescimento. O peso corporal de sete dias deve ser pelo menos quatro a cinco vezes maior do que o de um pintinho de um dia. Nos primeiros quatro a dez dias de vida ocorre um rápido crescimento celular. Nesse período, o crescimento depende da presença de alimento e flora intestinal e é inibido por estresse e más condições de criação”, explanou.
Para garantir que não haja fatores ambientais ou nutricionais impedindo o crescimento, os detalhes no manejo são fundamentais. É preciso manter as condições ambientais recomendadas no momento do alojamento, tanto de temperatura do ar, quanto de temperatura da cama e umidade relativa. “Os pintinhos mantidos com os níveis de umidade certos são menos propensos à desidratação e, em geral, têm um rendimento inicial melhor, mais uniforme”, salientou Guimarães, ao acrescentar que a temperatura e a umidade devem ser monitoras regularmente, mantendo os níveis adequados do ambiente para cada idade e período da criação.
O controle de todos os parâmetros necessários para permitir conforto e bem-estar para as aves pode ser feito por sistemas tecnológicos. Para isso, o palestrante destacou a necessidade de capacitação de mão de obra. “Tem que desenvolver as habilidades do manejador, é preciso paciência e atenção aos detalhes”, realçou Guimarães.
Com o uso da tecnologia é possível obter dados de todo o processo, melhorar a gestão, a análise da informação e, consequentemente, a eficiência. “Com dados concretos, é possível tomar decisões mais assertivas”, complementou o palestrante.
SOBRE O EVENTO
A programação científica do 21º SBSA está subdividida em cinco módulos: futuro, mercado, abatedouro, sanidade e manejo. As palestras estão focadas em assuntos de interesse do público de campo, produtores, técnicos, veterinários, gestores das agroindústrias, integrações e cooperativas. São temas que fazem parte dos principais pilares da cadeia de produção de aves.
Paralelamente ocorre a 12ª Brasil Sul Poultry Fair virtual e demais eventos paralelos. A feira virtual reúne mais de 70 empresas nacionais e multinacionais. É um espaço onde as empresas geradoras de tecnologias apresentam suas novidades e seus produtos que permite networking, bem como o aprimoramento técnico dos congressistas.
O 21º Simpósio Brasil Sul Avicultura tem apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc), da Prefeitura de Chapecó, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), da Embrapa Suínos e Aves e da Unochapecó.
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