José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)
É preciso pensar no Brasil. Esse deve ser o primeiro gesto mental de todos que participaram do recém-encerrado processo eleitoral que culminou com a eleição do Presidente da República para o quadriênio 2023-2026. Não se trata de uma tarefa fácil porque essas foram as eleições mais extremamente polarizadas da história da República Brasileira. É natural que, onde houve polarização, permaneçam algumas fraturas que o tempo, sabiamente, encarregar-se-á de cicatrizar.
O mundo inteiro acompanhou e vigiou o processo eleitoral. De todos os debates, análises, verificações, auditorias e monitoramento que precederam e acompanharam as eleições, nada colocou em dúvida a higidez do sistema eletrônico de registro e apuração de votos. Nesse momento, de ânimos serenados, a sociedade espera que o País retorne à normalidade institucional e as engrenagens da economia voltem a funcionar.
Entidades e lideranças da agricultura e do agronegócio manifestaram respeitosa e democraticamente suas preferências e suas visões de sociedade. É necessário lembrar que, em muitos momentos, o candidato que sagrou-se vencedor nas urnas manteve envolto em brumas misteriosas questões vitais para o agro, como o direito à propriedade privada e o apoio à agricultura empresarial, bem como a incompreensível tendência de dividir e discriminar a agricultura comercial da agricultura familiar.
Agora, encerradas as eleições, acatamos as decisões do eleitorado e renovamos nossos compromissos de segurança alimentar com o Brasil e de combate à fome no Mundo – onde temos capacidade para alimentar cerca de 1 bilhão de pessoas.
Refletindo essa manifestação, o Congresso Nacional que assume em fevereiro de 2023 terá forte presença de parlamentares identificados com o setor primário da economia, será provavelmente mais conservador que o atual e abraçará muitas bandeiras do agronegócio. Essa é uma conquista importante porque, embora avançada e complexa, a agricultura é um setor vulnerável que necessita de políticas especiais de proteção e estímulo.
O produtor, o trabalhador e o empresário rural continuarão acordando muito cedo para cumprir uma jornada de 8, 10, 12 horas por dia e garantir a matéria-prima que sai do campo – leite, ovos, frutas, cereais, grãos, carnes – para processamento agroindustrial e, depois, alimentarão milhões de lares brasileiros, chegarão a mais de 160 países e gerarão superávits comerciais superiores a 110 bilhões de dólares ao ano. Em defesa desse magnífico setor, essencial para o Brasil e para o Planeta, é que precisamos pensar no Brasil.
Essa atitude requer maturidade de todos nós e uma imensa capacidade de superação de eventuais decepções pessoais que nos atingiram, pessoal ou coletivamente, nas recém-concluídas eleições. Pensar no Brasil – e no futuro e nas gerações que virão – é o compromisso que se impõem todos a todos os homens de boa vontade!
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