Postado em 26 de Março de 2019 às 15h02

Trajetória que emociona e inspira

“Quando recebemos a notícia, foi como se o mundo tivesse virado de ponta-cabeça”. A declaração é de Alceu Carlos Krombauer, colaborador da Cooperativa Aurora Alimentos, ao lembrar da notícia que transformou a gestação da esposa, Francelise Chiapetti, e a espera do casal pelo pequeno Enzo. Foi na 16ª semana de gravidez, durante o exame de ultrassonografia morfológica, comum nos acompanhamentos pré-natais, que a suspeita de uma alteração cardíaca no bebê foi identificada.

Logo na sequência, no exame de ecocardiograma fetal veio o diagnóstico em caráter definitivo: o bebê era portador de uma cardiopatia grave, definida como Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE). Basicamente, é um coração que não possui função no lado esquerdo, aquele responsável pelo bombeamento do sangue arterial vindo dos pulmões para todo o corpo.
Passados quase três anos após a notícia, Alceu e Francelise não esquecem de cada momento enfrentado no tratamento do bebê já a partir do seu nascimento. Lembram, inclusive, que os cuidados iniciaram antes mesmo de ele nascer, quando, junto da equipe médica, tiveram que optar por realizar o parto no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre. Segundo levantaram à época, teriam três locais no país como opções para o tratamento desta Cardiopatia: Curitiba, São Paulo e Porto Alegre. Ou fora do Brasil, em locais como na cidade espanhola de Barcelona, ou ainda Boston ou Pittsburgh (EUA).

O casal conta que optou por Porto Alegre pela facilidade logística, recomendações médicas, proximidade dos familiares, entre outras. Após o diagnóstico, feito pela equipe médica da Unimed em Chapecó, especialmente pelo Dr. Rafael Queiroz, especialista em cardiologia pediátrica e que acompanha o Enzo até os dias atuais, seguiram para o acompanhamento com uma equipe médica multidisciplinar na capital gaúcha onde Francelise deu à luz ao Enzo no dia 22 de fevereiro de 2016.

O tratamento

Logo aos oito dias de vida, veio a primeira cirurgia, a de Norwood, para a construção de um sistema circulatório próprio, pelo qual o ventrículo direito assumiu a função do esquerdo, cumulativamente. Alceu conta que, atualmente, após o segundo e o terceiro procedimentos, conhecidos como Glenn e Fontan, realizados aos sete meses e aos dois anos e sete meses, respectivamente, o ventrículo direito passou a operar exclusivamente as funções de seu vizinho inerte, sendo que a sua função original deixou de existir e, a partir daí todo o sangue venoso passou a retornar diretamente aos pulmões para oxigenação, sem mais passar pelo ventrículo direito, sua função original.

“A última cirurgia, de Fontan, ainda recente, foi em setembro de 2018, quando o Enzo precisou ficar 32 dias na UTI, com alguns percalços pós cirúrgicos já esperados, tais como parada da função renal e derrame pleural” recorda Alceu. Desses dias, ele e a esposa têm experiências que não foram muito boas. Uma delas, quando quase perderam o filho devido a intercorrências de um dos procedimentos. Por outro lado, Alceu afirma que a atenção sempre muito pontual de toda a equipe médica e dos profissionais que trabalharam no cuidado do Enzo foram fundamentais para a vida do Enzo e para ele e a esposa se manterem fortes e superarem os momentos mais difíceis.

Alceu faz questão de destacar o suporte recebido da Unimed Chapecó, que, principalmente, por meio do setor de Autorizações, recebeu toda a assessoria no sentido de gerenciar os processos de intercâmbio com a Unimed e o Hospital em Porto Alegre, ambos envolvidos no tratamento do Enzo. Ressalta ainda a agilidade como tudo aconteceu e o atendimento prestado pela operadora. “O plano de saúde forneceu suporte total, desde o momento do diagnóstico e durante todos os processos dos diversos encaminhamentos. Sempre atuaram com presteza e precisão no sentido de deixar todos os caminhos previamente organizados para o tratamento, com a urgência e a eficácia exigida pelo caso. Tivemos o diagnóstico no mês de novembro de 2015 e logo no início de dezembro daquele ano já estávamos viajando para Porto Alegre para dar início aos cuidados prévios ao tratamento”, ressalta.

O tipo de Cardiopatia diagnosticada no Enzo ganhou uma significativa evolução em seu tratamento nos últimos anos conforme afirma Dr. Rafael Queiroz, conseguindo diminuir os altos índices de morbimortalidade da doença. “Objetiva-se que as crianças tenham uma qualidade de vida boa para suas atividades e devem seguir acompanhamento para vida toda com medicações e possíveis intervenções no futuro, por isso, cada paciente que consegue chegar ao estágio do Enzo é uma vitória muito importante”, comenta o especialista.

De acordo com ele, em geral, as Cardiopatias acometem de 1% a 3% das gestações e 90% dos casos sem nenhum fator de risco associado, por isso, há a indicação da realização do ecocardiograma fetal pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em todas as gestações. “Assim, é possível antecipar toda essa logística de tratamento e aumentar em muito as chances de obter um tratamento no momento certo. A Unimed Chapecó disponibiliza esse exame desde 2008 no serviço da Unimagem”, conclui Dr. Rafael.

A volta por cima

Atualmente, aos três anos de idade, Enzo leva uma vida praticamente normal para um menino da idade dele, porém, realiza tratamentos, exames e consultas periódicas para acompanhar o caso. Desde a chegada do Enzo e de todo o processo de tratamento, Alceu e Francelise afirmam ter tirado muitas lições. Uma delas é a importância de ter o acompanhamento de uma equipe qualificada e, principalmente, ter confiança no tratamento.

Alceu enfatiza ainda a fundamental importância do acesso ao plano de saúde disponibilizado pela empresa onde trabalha, que demonstra o alto nível das políticas de gestão de pessoas que, sem dúvida, foi fator fundamental para o sucesso do tratamento. “É importante poder contar com uma empresa que se preocupa com o funcionário e seus familiares. Casos como o do Enzo necessitam de procedimentos emergenciais, que não podem esperar e só tendo um plano de saúde com ampla cobertura torna possível o êxito que alcançamos”.

Para os pais e mães que estão passando por situações parecidas ou que eventualmente venham enfrentar situações semelhantes, o casal tem um conselho: “Nunca deixem de acreditar e lutar pelos seus pequeninos”. Lembram de uma mensagem do médico cardiologista, Dr. Gustavo Zenatti, cooperado da Unimed Chapecó, ao comentar sobre o caso do Enzo. “Quando tivemos o diagnóstico, o Dr. Gustavo nos esclareceu que se tratava de uma cardiopatia muito grave, mas que o Enzo tinha vindo com a missão de transformar nossas vidas. E realmente, transformou para melhor. Mudamos valores, redefinimos propósitos e objetivos, repensamos muitas coisas e aprendemos muito ao longo desse processo”, finalizam.

Extraordinária jornada

Viver. O primeiro e mais desafiador verbo de nossa jornada. Viver implica sentir, pulsar, descobrir e estar plenamente disposto a aprender. Para Leonardo Moura Treichel, 25 anos, de Erechim, viver nunca se resumiu simplesmente a existir. E talvez por isso, sua evolução seja tão extraordinária.
Essa trajetória começou em uma sexta-feira de 2015. Logo após enviar o Trabalho de Conclusão do Curso de Administração ao professor orientador, Leonardo saiu para andar de bicicleta com dois amigos. O percurso escolhido foi o mesmo que dias antes havia recebido a Supervolta Unimed MTB - evento que reuniu mais de 400 ciclistas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Com o compromisso de retornar para jantar com a família, ele decidiu seguir o trajeto mais curto, de 30 quilômetros.

Em casa, Guilherme, irmão de Leonardo que estudava fora de Erechim e passava alguns dias na cidade, decidiu fazer uma surpresa. Pegou a moto do pai e pelo localizador do celular seguiu o irmão até a linha Campininha. Lá, deparou-se com um grave acidente. Em uma descida, ao tentar desviar de equipamentos de irrigação, a roda dianteira da bicicleta soltou-se, fazendo com que Leonardo batesse a mandíbula no guidão.

Guilherme e os dois amigos pediram socorro a um agricultor e ao mesmo tempo acionaram o Corpo de Bombeiros, que os encontrou próximo a ERS 135 - rodovia que liga Erechim a Passo Fundo. No caminho para o hospital, Guilherme avisou os pais. Para não preocupá-los, informou que Leonardo havia quebrado o braço. Mas ao depararem-se com a movimentação, Karine e Marino logo compreenderam que o acidente havia sido muito mais grave. Além de fraturar a mandíbula, o movimento brusco de desaceleração causou um traumatismo cranioencefálico gravíssimo.

"Nesse momento teve início nossa trajetória de sobrevivência e de tratamento", conta Karine. Graças a Deus, bons médicos atenderam o Léo na hora em que ele entrou no hospital. Então, o Léo foi para a primeira cirurgia. Em nenhum momento pensei que ele pudesse morrer. Por mais que soubéssemos da gravidade da situação, estava convicta que ele ficaria comigo. Ele não iria nos deixar", lembra.

Com o sucesso das cirurgias, Leonardo deu início às sessões de fisioterapia ainda na UTI. "No início, foi impactante o quadro clínico do Leonardo. Embora eu trabalhe com pós-operatório imediato e pós-hospitalar, não tinha realizado nenhum atendimento de paciente tão grave e que requeria tantos cuidados. O trabalho sempre era voltado às mudanças no quadro clínico, que eram constantes, acompanhadas de várias reintervenções neurocirúrgicas. Era praticamente impossível seguir protocolos pré-estabelecidos. Dentro das fases, hoje claramente identificadas, foram diversos recomeços e adaptações necessárias. As respostas neuromotoras eram sempre motivo de muita comemoração", explica a fisioterapeuta Kéllin Daneluz Delai.

Três anos após o acidente, muitas cirurgias e um incessante trabalho com a equipe multiprofissional, Leonardo não para de evoluir. Por onde passa, surpreende por sua força de vontade e exemplo de superação. "Depois de anos de tratamento em diversas cidades e no Sarah (Rede de nove hospitais de reabilitação, mantida pela Associação das Pioneiras Sociais), compreendemos que não há limites para o crescimento do Léo. Embora as lesões tenham afetado as regiões da fala e motora, acreditamos no potencial da neuroplasticidade. O Leo pode tudo. É nisso que acreditamos", afirma Karine.

Só resta agradecer

Leonardo sempre foi um jovem muito popular. Com mais de três mil seguidores no Instagram e outras centenas de amigos fora do mundo virtual, ele - assim como a maioria - gosta de compartilhar fotos e vídeos de momentos especiais. Em muitos deles, está a fisioterapeuta Kéllin. "Temos um carinho enorme por ela. Por muito tempo convivemos quase que diariamente e para nós ela se tornou parte da família", enfatiza a mãe de Leonardo, Karine.

"Somos muito gratos pela ajuda recebida, não só da classe médica, mas da comunidade como um todo, que tem nos dado muita força. Essas energias acabam chegando não apenas para o Leonardo, mas para todos nós também. A evolução do Léo nos surpreende e ficamos até perplexos com sua recuperação. A cada dia a gente nota alguma melhora. Agora, queremos apenas continuar dando essa força a ele, para que possamos lutar juntos, sempre", diz Marino César Treichel, pai de Léo.
*Andressa Recchia (Unimed Chapecó) com colaboração equipe de Comunicação Unimed Erechim 

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